Virei as chaves já com o roteiro definido: chegar em casa, abrir a geladeira, ver se ainda sobrou o refri de ontem, pegar a toalha e entrar debaixo do chuveiro. O dia foi intenso e nada como um bom banho pra relaxar.
Fiz tudo como meu planejado: cheguei, abri a geladeira, tomei o refri sem gás, comi um pedaço de pão dormido, liguei a TV, quase cochilei e só depois entrei debaixo do chuveiro. O banho me revigorou, estava pronto pra me jogar na cama e só acordar no dia seguinte. Sacodi o cabelo, tirei o excesso da água, e peguei a toalha.
Opa, cadê a toalha? Ela estava lá, balançando sequinha no varal, bem longe de mim e bem perto do campo de visão dos vizinhos do prédio ao lado.
E agora? Opções:
Escorreguei e caí no chão. Sabia que andar molhado não ia dar certo. Do chão frio, olhei para fora da varanda e me senti uma atração de zoológico. Alguns curiosos olhavam pro meu apartamento, riam, tapavam os olhos, se espantavam e gritavam “gostoso” (gritaram mesmo!).
Peguei a toalha, fui pro quarto decidido só sair de lá daqui a dez anos,
quando a vergonha passasse. Mas logo passou. As atenções se voltaram para a vizinha do 401 que foi flagrada quase nua no elevador. E ninguém se lembrava mais de mim.
Fiz tudo como meu planejado: cheguei, abri a geladeira, tomei o refri sem gás, comi um pedaço de pão dormido, liguei a TV, quase cochilei e só depois entrei debaixo do chuveiro. O banho me revigorou, estava pronto pra me jogar na cama e só acordar no dia seguinte. Sacodi o cabelo, tirei o excesso da água, e peguei a toalha.
Opa, cadê a toalha? Ela estava lá, balançando sequinha no varal, bem longe de mim e bem perto do campo de visão dos vizinhos do prédio ao lado.
E agora? Opções:
- Me enrolo na toalha de rosto;
- Saio correndo peladão pelo corredor até chegar no quarto;
- Sento na privada e fico esperando o vento me secar.
Escorreguei e caí no chão. Sabia que andar molhado não ia dar certo. Do chão frio, olhei para fora da varanda e me senti uma atração de zoológico. Alguns curiosos olhavam pro meu apartamento, riam, tapavam os olhos, se espantavam e gritavam “gostoso” (gritaram mesmo!).
Peguei a toalha, fui pro quarto decidido só sair de lá daqui a dez anos,

5 comentários:
Odeio esquecer a toalha e não poder gritar:
- Manhêe!!! Pega a toalha pra mim.
Isso com certeza é uma das coisas mais tristes de se morar sozinho.
Bom texto! Ainda estou na dúvidas se, além de “crônicas”, vocês pretendem divulgar dicas e orientações, digamos, “mais concretas”. Abs, Carlos
Aê Augusto, arrasando os corações da vizinhaça... auhauhauha
me lembrou "O Homem nú", do Sabino.
To adorando o blog!!!
Sempre venho aqui ler as histórias do Augusto...
Parabéns moçada!!!
Podia usar o papel higiênico pra se secar. Ia ficar parecendo um boneco de neve depois, com o papel todo grudado no corpo.
Eu vejo gente nua (nem tanto, mas quase) do apartamento da Manu, lá é o maior Big Brother. Os vizinhos nem precisam pegar toalha em varanda, dá pra ver dentro do banheiro deles meso.
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